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Sistema Financeiro Nacional

  • Foto do escritor: Editor Fosterwelt
    Editor Fosterwelt
  • 8 de jun. de 2024
  • 4 min de leitura

Por Gabriel Magalhães

Economista





Sistema Financeiro Nacional (SFN): presente em nosso dia a dia, do momento que tomamos nosso café da manhã, até a hora que programamos nosso despertador. Responsável pelo

funcionamento de nossa economia, o SFN engloba muito mais do que transações financeiras de compra e venda.


A composição do SFN no Brasil:


· Conselho Monetário Nacional (CMN): responsável por ditar as normas, as regras do jogo, por exemplo determinar volume de deposito compulsório, que nada mais é do que a parcela do dinheiro dos correntistas que os bancos são obrigados a manter depositada no BC.

· Banco Central (Bacen) e Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aplicam as normas e fiscalizam as instituições. Ambos são autarquias federais (entidade autônoma e descentralizada).

· Abaixo deles temos os bancos, caixas econômicas, cooperativas de crédito, corretoras de valores e assim por diante.


“Mas Gabriel, são muitas instituições, eu realmente preciso conhecer todo o sistema?” não, mas é importante saber quem são as maiores autoridades e onde buscar informações. Até mesmo os profissionais inseridos no mercado realizam consultas quando necessário, dada a complexidade sistêmica. Recomendo ter como referência o portal do BACEN³, é bem completo e pode facilmente te direcionar para onde precisa.


O SFN engloba tantos pontos que influencia a nossa tomada de decisão e o padrão de consumo da sociedade. Não acredita? Então me acompanhe. Que um sistema financeiro não surge do nada, nós sabemos. Existe todo um desenvolvimento, que terá como princípio necessidades que aquele grupo de indivíduos venha a ter, necessidades essas que se transformam com o tempo, naturalmente. A sociedade muda, seu padrão de consumo também e com isso os meios de transação. Já tivemos e, em alguns casos, ainda temos como meio de transação o escambo, moedas metálicas, certificados de ouro, papel moeda, cartão de crédito (dinheiro plástico) e os meios eletrônicos que hoje conhecemos.


Quem diria que uma moeda digital (Bitcoin) seria aceita praticamente no mudo todo?

Além dos meios de pagamento, o Brasil também é conhecido por suas inúmeras moedas e planos econômicos para controlar a inflação. Algumas foram: Réis, Cruzeiro, Cruzeiro Novo, Cruzado, Cruzado Novo, Cruzeiro Real e finalmente o nosso Real em 1994. O mais interessante na história da transição do Cruzeiro Real, para o Real, foram as URVs (Unidade Real de Valor) ¹, se lembra dela? Caso sim, sinto lhe informar, mas a sociedade no geral foi enganada. Calma! Foi paro o bem da economia nacional. Veja aqui: a URV não era uma moeda e sim um referencial de valor entre o Cruzeiro Real e o Real. De valor, lastro, nada ela tinha, mas após 11 moedas e em meio a uma inflação inercial ² era necessário que acima de tudo as pessoas confiassem a nova moeda, ou seja, um efeito psicológico (olha a economia comportamental aqui gente!). Se não há confiança na moeda, se não acreditamos que ela tem valor, a tendência é gastarmos os recursos o mais rápido possível por meio da aquisição de um bem ou serviço que se acredita tenha mais valor do que a moeda. Se toda a sociedade começa a gastar o mais rápido possível a inflação tende a subir ainda mais e a moeda tende a perder valor. A confiança na moeda é crucial para sua circulação. Esse, foi um dos fatores que fez o Brasil ter tantos planos econômicos e moedas.


A equipe econômica do Plano Real não queria correr esse risco e a URV acabou sendo uma ferramenta importante. Parece que deu certo, não? Estamos desde 1994 com o Real. Temos inflação? Claro, mas não é uma inflação fora de controle.


Um reflexo importante do nosso sistema financeiro é o nosso padrão de consumo hoje. Vamos pegar por exemplo o período da pandemia (deixando a tragédia de lado): muitas empresas conseguiram se adaptar para o trabalho remoto, apesar de já existir essa pratica em algumas companhias, não era algo difundido e como bem ocorre em toda crise, ela nos força a certas mudanças. Passamos meses e meses trabalhando de casa, mas não só isso, buscamos alternativas para entretenimento, gastronomia, estudo, enfim, para a vida. E tudo isso só foi possível com o aprimoramento do sistema financeiro. Já imaginou se a pandemia tivesse ocorrido nos anos 1980-90? Bater ponto, assinar contracheque, controles manuais… As reuniões seriam por telefone? Qual seria o custo desta estrutura? Quais seria a viabilidade? Seria bem mais difícil passar por esse período sem a popularização dos computadores e notebooks. Já imaginou o nossa vida sem os smartphones?


Hoje buscamos serviços e produtos em diversas plataformas, situação que até pouco tempo atrás não estava não estava disponível assim e muito disso é graças ao nosso sistema financeiro. Que não é perfeito, vai ter sua falhas e ajustes, mas que nos atende em instancias e muitas vezes passa desaperbido. Mas me conta, você já havia pensado de forma ampla a respeito de nosso sistema financeiro?




²Processo automático de realimentação de preço, ou memoria inflacionária. A inflação em inércia, sobe por estar em um movimento constante da inercia.

spb

 
 
 

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